Proteínas Alternativas Atores, Narrativas e Regulação
- GEPAD
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Atualizado: há 3 dias

Categoria: Relatório
Ano da publicação: 2025
Resumo: Este documento apresenta os resultados de estudo sobre o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas no Brasil. Sob os auspícios do Instituto Ibirapitanga, Porticus e Instituto Clima e Sociedade, a pesquisa foi conduzida por uma equipe de pesquisadores vinculados ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Agricultura, Alimentação e Desenvolvimento (Gepad) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a colaboração de especialistas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa priorizou a nova geração de alimentos que vêm sendo desenvolvidos com o intuito de complementar as fontes tradicionais de proteína animal atualmente disponíveis nos mercados. Esses alimentos envolvem desde as controversas carnes cultivadas até uma gama mais diversificada de produtos derivados de plantas, fungos e algas que são obtidos a partir de diferentes processos biotecnológicos. Três objetivos principais orientaram a investigação: (i) mapear as narrativas predominantes no mercado das proteínas alternativas, incluindo os discursos oriundos dos atores incumbentes no setor de proteínas convencionais; (ii) analisar como os atores que disputam o controle do mercado emergente se posicionam frente às diferentes narrativas; (iii) identificar as reações que a emergência desse mercado tem suscitado junto aos stakeholders que atuam no setor de proteína animal. O documento está organizado em cinco seções além desta introdução. Na próxima seção são sumarizadas as principais questões que marcam o debate internacional sobre o tema. A seção subsequente situa no tempo e no espaço os principais atores envolvidos com a produção, pesquisa, regulação e desenvolvimento do setor de proteínas alternativas no Brasil. Em seguida, o documento apresenta as cinco narrativas que foram identificadas a partir dos dados coletados. Assim como qualquer tipologia, elas não refletem a realidade em toda sua diversidade e, portanto, não pretendem ser exaustivas. Trata-se, ao contrário, apenas de uma primeira aproximação que permite compreender as dinâmicas mais gerais do fenômeno, notadamente um processo gradual esvaziamento das posições extremas em benefício de uma narrativa sobre a coexistência de diferentes alimentos e rotas tecnológicas, o que está em sintonia com as teorias mais recentes sobre coexistência e confrontação entre diferentes modelos alimentares (Gaselin et al., 2023). A penúltima seção discute algumas implicações para os processos de regulação dos novos alimentos, destacando a insuficiência do atual ambiente institucional. Finalmente, o documento apresenta um conjunto de recomendações visando a construção desse ambiente e a constituição de um cenário que melhore as condições para a incorporação dos novos alimentos em um processo de transição sustentável, saudável e justa dos sistemas alimentares.
Equipe: Paulo Niederle (UFRGS/GEPAD), John Wilkinson (UFRRJ), Jean Medaets (UnB), Sergio Schneider (UFRGS/GEPAD), Kamila Schneider (UFRGS/GEPAD), Nathalie Lucion (UFRGS/GEPAD).
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