agroecológicas para sistemas alimentares territoriais
(Notícia publicada em 09/09/20)
O Marie Skłodowska Curie Actions RISE 2020 vai investir 80 milhões de euros no consórcio de projetos de Pesquisa e Inovação. A UFRGS é uma das instituições brasileiras contempladas
Foto: Otaviano Nogueira – Bairro Santa Terezinha / CC BY 2.0
O resultado da chamada MSCA RISE 2020 foi divulgado no dia 3 de setembro, e dos 74 consórcios selecionados, 55 são de instituições da América Latina. Entre eles, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que participará junto de outras instituições do mundo do consórcio Agroecological Transitions for Territorial Food Systems (Transições agroecológicas para sistemas alimentares territoriais).
A proposta foi submetida pelos professores da UFRGS Sérgio Schneider e Paulo Niederle, vinculados ao Departamento de Sociologia, e Daniela Oliveira, do Departamento Interdisciplinar no Campus Litoral Norte. Os três também atuam no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Desenvolvimento Rural (PGDR/UFRGS). O grupo que a UFRGS integra será coordenador pelo Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica (INRAE), da França, engloba diversos países.
Além da UFRGS, outras 13 instituições brasileiras participarão do consórcio MSCA RISE 2020, entre elas outras cinco universidades públicas: Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas.
Esse é o terceiro ano que os pesquisadores submetem a proposta, sendo o primeiro em que são contemplados e a pesquisa será desenvolvida de setembro de 2020 até dezembro de 2023. “Se trata de um edital altamente competitivo e de difícil acesso. Para nós, é uma satisfação ter conseguido a aprovação da União Europeia na chamada 2020”, diz Sérgio.
A atuação do Brasil na área do consórcio sobre transições agroecológicas para sistemas alimentares territoriais utilizará a experiência de pesquisas já desenvolvidas em três instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul na Serra Gaúcha, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro com a sua região, e AS-PTA Assessoria e serviços a projetos em Agricultura Alternativa, na cidade de Borborema (Paraíba). “No caso da UFRGS, temos pesquisas com produtores agroecológicos sendo desenvolvidas na Serra. O objetivo é utilizar essas experiências de referência como diagnóstico de iniciativas territoriais de transição”, explica o professor Sérgio.
O Brasil é o país que tem as experiências mais bem-sucedidas nos processos de transição dos sistemas alimentares, em especial na produção orgânica e agroecológica em locais de clima tropical. As três instituições contempladas neste grande projeto de consórcio são um exemplo disso ao terem condições de pesquisar e descobrir novas formas de produção agroalimentar. “O Brasil possui essa vivência nas três regiões contempladas pelo consórcio. Pretendemos mostrar os avanços do conhecimento do país nesses processos de modificações agroecológicas”, reforça Sérgio.
Para além da contribuição de pesquisa, o MSCA RISE 2020 também proporciona a formação de recursos humanos por meio de estágios de estudantes brasileiros nas instituições internacionais que compõem o consórcio, e vice-versa. “Uma boa parte dos recursos financeiros que recebermos serão investidos no intercâmbio entre alunos de doutorado e pós-doutorado. Esse fato está de acordo com um dos objetivos estratégicos da UFRGS, que é a internacionalização. Também, a Universidade ser contemplada nesse edital reforça o grau de excelência e da qualidade das pesquisas que desenvolvemos aqui. Ainda, teremos o aporte de recursos financeiros para a pesquisa, situação que atualmente no Brasil está muito complexa”, finaliza o professor Sérgio.
O prêmio MSCA RISE
O Marie Skłodowska Curie Actions (MSCA) é um programa promovido pela Comissão Europeia que visa financiar pesquisadores de qualquer lugar do mundo em todas as áreas de estudo. Nesta edição foram disponibilizados 80 milhões de euros para apoiar a colaboração internacional e intersetorial em Pesquisa e Inovação.
Segundo Mariya Gabriel, comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, “os intercâmbios de pesquisa e inovação, promovidos pela MSCA RISE 2020, permitem aos investigadores colaborar com os seus colegas de todo o mundo. Ao estimular sua criatividade e empreendedorismo, nós os ajudamos a transformar pesquisas de ponta em produtos e serviços inovadores, que são necessários mais do que nunca. Desejo aos consórcios selecionados muito sucesso em seus projetos”.
A MSCA RISE promove a colaboração internacional por meio do compartilhamento de conhecimentos e ideias entre pesquisas e mercados em todo o mundo. Os projetos recém-financiados representam os objetivos gerais das ações do MSCA RISE e os impactos potenciais para a sociedade.
Os projetos selecionados incluem:
• eUMaP - Desenvolvimento de plataforma de gerenciamento de utilidades para o caso de quarentena e lockdown;
• ALISE - Aumento da seletividade induzida pela luz do anticorpo;
• TransMigrArts – Transformando a Migração pelas Artes;
• MYCOBIOMICS - Unindo forças para explorar a microbiota da Ásia, África e Europa usando técnicas OMICS.
Sobre Marie Curie
Marie Skłodowska Curie foi uma cientista e física polonesa naturalizada francesa, que conduziu pesquisas pioneiras em todo o mundo no ramo da radioatividade. Foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel e a primeira pessoa e única mulher a conquistar o prêmio duas vezes: um em Física, ao demonstrar a existência da radioatividade natural em 1903; e outro em Química, pela descoberta de dois novos elementos químicos em 1910.
Marie Curie nasceu em 7 de novembro de 1867, na cidade de Varsóvia (Polônia) e tinha como nome de batismo Maria Sklodovska, sobrenome herdado do pai. Com os pais, professores, vivenciou a ciência no centro da família. Era interessada pelo conhecimento e, com a intenção de produzi-lo, desejava seguir a carreira universitária. Ela morreu em 1934 vítima de leucemia em decorrência da exposição à radiação a que foi submetida durante sua carreira científica e acadêmica.
FONTE: UFRGS
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